top of page

O que é bronquiolite?

A bronquiolite aguda é a infecção das vias aéreas inferiores mais comum em crianças menores de dois anos, principalmente no primeiro ano de vida, com pico de incidência entre 3 e 6 meses de idade. Ela ocorre principalmente no inverno em climas temperados e durante estações chuvosas nos países de clima tropical.

É caracterizada por um processo inflamatório agudo, edema e necrose das células epiteliais dos bronquíolos (pequenos brônquios terminais), com aumento da secreção de muco e broncoespasmo.

Pode ocorrer obstrução dos bronquíolos por rolha de muco e células epiteliais descamadas, além do edema inflamatório.

O que causa?

O agente causador mais frequente é um vírus respiratório, chamado vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por cerca de 80% dos casos. Existem outros vírus que também causam essa doença, como influenza, adenovírus, coronavírus, metapneumovirus, etc.


História natural da bronquiolite

No geral, trata-se de uma doença que se resolve com o tempo, com uma média de duração de duas semanas, podendo chegar até 4 semanas. Tem uma baixa taxa de letalidade, mas pode chegar a 30% se a criança tiver alguma doença crônica.

Infelizmente, o primeiro episódio não garante imunidade permanente para as infecções subsequentes, ou seja, o bebê pode ter mais de uma bronquiolite na vida. Essas reinfecções são mais comuns em bebês com doenças do coração ou do pulmão crônicas e nos bebês que foram prematuros.


Diagnóstico

O diagnóstico da bronquiolite deve ser pensado no paciente com história de coriza com duração de 1 a 3 dias que evolui para tosse persistente, aumento da frequência respiratória (respiração mais rápida), desconforto respiratório, ausculta pulmonar alterada com chiado, roncos.

O desconforto respiratório é caracterizado pelo que chamamos de tiragens, que nada mais são do que retrações que acontecem devido ao esforço respiratório e pode ocorrer entre as costelas ou abaixo delas, no pescoço. Além das tiragens, outro sinal que chama atenção é o batimento das aletas nasais (as narinas ficam abrindo e fechando durante a respiração, sendo também um sinal de que a criança está desconfortável para respirar).

A febre pode ou não estar presente e é comum a aceitação alimentar estar mais baixa do que o normal. Devem ser oferecidos líquidos e o seio materno, para os bebês que ainda mamam, com frequência para manter hidratação adequada.

É importante lembrar que em bebês muito pequenos, especialmente nos menores de 6 meses, a apneia pode ser o único sintoma presente.

Os sintomas da doença atingem seu pico entre o 3º e o 5º dia de doença, quando pode ocorrer uma piora clínica com um cansaço mais importante. É aí que a família costuma procurar o médico.

A tosse é um sintoma que pode durar bastante tempo, com uma média de 3 a 4 semanas.


Alguns fatores de risco para bronquiolite por VSR são:

  • Ter irmão mais velho (que geralmente já frequenta a escola e acaba levando germes para dentro de casa)

  • Frequentar creche ou berçário

  • Contato com fumo passivo

  • Aglomerados


Os fatores de risco para evoluir com gravidade são:

  • Bebê menor que 12 semanas

  • Bebês que foram prematuros

  • Presença de doença cardiovascular

  • Imunodeficiência

O VSR é muito contagioso e acomete, principalmente, crianças entre 2 e 5 meses idade


Quando devemos encaminhar um paciente para a emergência?

  1. Na presença de apneia (ou seja, quando o indivíduo apresenta pausas respiratórias maioria que 15 a 20 segundos) observada ou relatada

  2. Criança que não parece bem (prostrado, com falta de apetite…)

  3. Insuficiência respiratória com gemência, tiragem importante ou frequência respiratória (FR) maior que 70 irpm

A internação pode acontecer nos casos de presença de doença pulmonar crônica, cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica, menores de 3 meses, prematuros, baixo peso ao nascimento, hipoxemia (queda da saturação abaixo de 90-92%), cansaço e desconforto respiratório importantes, desnutrição, dificuldade para mamar ou aceitação inadequada de fluidos, doenças neuromusculares, imunodeficiência, entre outros avaliados pelo médico.

Os exames de sangue não são rotineiramente solicitados, nem exames de imagem como “raio x”, pois o diagnóstico é clínico e esses exames devem ser solicitados quando existe dúvida ou quando a evolução do paciente está diferente do esperado, sendo necessário avaliar alguma complicação do quadro.


Tratamento:

Não existe um tratamento específico para a bronquiolite. As medidas recomendadas baseiam-se no processo de tornar a secreção mais fluida e eliminá-la das vias respiratórias (por isso, é tão importante caprichar nas lavagens nasais e fazer nebulização com soro fisiológico). Outras medidas como hidratação e suporte de oxigênio também podem ser indicados.


 
 
 

Comments


bottom of page